Tenho medo
Tenho receio
Que este sentimento
Não se quede pelo meio
E como um rio em leito cheio
Galgue as margens do razoável
Gritando ao mundo a causa provável
Da vontade constante, insaciável
De em ti, corpo e alma perder…
Loucura
Paixão
Indescritível emoção
Domina meu sangue
Perco o controlo, já não tenho mão
Tenho medo
Tenho receio
Pavor mesmo de apenas querer
Um só beijo teu e adormecer…
Doce memória…
Suave pensamento…
Intenso sentimento…
Que pela vida nos acompanha
Nos eleva o espírito ao cume da montanha
Nos ampara nas quedas
Nos guia como luz na escuridão
Nos chama à vida e dá a mão
Que existe para nos fazer existir
Se entrega sem pensar
Dá tudo e sorri com um simples olhar
És tu Amor
És Tu Alegria
És tu Arritmia
És tu Sonho
És tu Calmaria
És tu Assim
Em mim
Sou eu Assim
Em ti…
Pudesse eu…
E na hora de acordar
Continuaria a sonhar
Tuas mãos no meu rosto
Teus olhos em meu olhar…
Pudesse eu…
E o momento transformava
Eternamente agarrava
Essa incrível sensação
De em mim continuares
A luz do Sol igualares
Doce Amor…
Terna Paixão…
Pudesse eu…
Jamais o elo quebraria
Nesta ou noutra…
“Dimensão”
Longe…
Tão distante…
E, ainda assim tão perto…
Não vejo, mas sinto …
Minha alma em campo aberto…
Debruçada sobre mim…
Em profundo pensamento
Procuro Tua luz e,
Assim…
Alcanço a vida
É o momento
Sei que dizem ser ridículas
Reconheço que racionais não são
Mas o que me vai na alma
Não consigo calar, terna paixão
Sabes o quanto te quero
Sem teu amor não sei viver
Longe de ti desespero
Julgo até que vou morrer
Carinho volta depressa
Teus beijos me fazem sonhar
Por favor Amor regressa
Em teus braços quero ficar
O dia parece-me enorme
As horas custam a correr
Cresce em mim a cada instante
O desejo de te ter…
É madrugada…
Noite de Lua Cheia…
Na varanda do meu quarto, apenas a luz da Lua ilumina os meus passos…
Num vai e vem de ansiedade, as meias e as horas, do sino da igreja, vão ecoando…
E, no silêncio profundo, apenas quebrado pelo esvoaçar desajeitado de um ou outro morcego,
Cerro os olhos e procuro descansar a minha alma insensata…
Por momentos, receio perder-te…
Vejo-te ao longe, de braços abertos, correndo para mim mas,
Não te aproximas, a cada instante, te sinto mais afastado, até te tornares numa simples sombra que se confunde com o manto negro do pinhal,
Grito por ti, sufocada pelo pânico, não me oiço…não me ouves…
O meu coração acelerado, enfraquece e a pouco e pouco, deixo de respirar…
Paro de existir…
É então que sinto os teus lábios doces nos meus…
“Boa noite meu Amor, já cá estou…parecias agitada, desculpa acordar-te…”
Abro os olhos, respiro fundo, enrosco-me em ti e, no teu abraço,
Serenamente adormeço…
No meu caminho surgiste,
Porta aberta aos meus devaneios de menina,
Sonhos soltos aqui e ali,
Despertares sublimes, únicos, que a idade nos oferece,
Paixões intensas que partiam corações
Reconstruindo-os
A partir de novos e ardentes sentimentos…
Completamente destroçada,
Encontro o amigo que, com mãos de anjo,
Apanha docemente os pedaços de mim,
E com beijos de mel, me ergue entre os braços…
Pelo caminho, amigo, em amante te tornaste,
Trazendo-me de novo à vida,
A própria vida recuperaste…
Atribulado percurso, de mãos dadas…
Afastados, por tentativas frustradas…
Recomeçando como fogo
Reacendido, entre chamas mal apagadas,
Sedentos um do outro,
Tomamo-nos para a vida, para sempre…
E como é bom sentir-te,
Querer-te,
Sonhar-te…