Na escuridão…
Mergulho
Abraçada a mim mesma
Tremo de emoção
Seca-me a garganta e,
Receosa
Aguardo em silêncio…
Sei o quanto te quero
Sei o quanto te amo
Mas, nesta noite negra
Para matar a minha sede
Bebo das minhas próprias lágrimas…
E a dor sufoca-me
As tuas palavras ecoam gritantes
No meu cérebro
O medo apodera-se de mim
Aperta-me o peito
Esmagado, desfeito…
Já a meu lado,
Secas-me o rosto
Com teus beijos ternos
E o soluço,
Após a máxima convulsão,
Vai acalmando
“Sabes como te amo”
- sussurras com doçura
Um arrepio de frio gélido
Que percorre todo o meu corpo
Desvanece-se no calor ardente
Dos teus braços
No entrelaçar das tuas pernas
Nas minhas coxas
“Também te amo muito, tu sabes…”
E,
Noite dentro,
Adormecemos um no outro
Uma vez mais…
Tempo
Tempo que sobra
Tempo que falta
Tempo que demora
Tempo que afasta
Tempo que une
Tempo que consome
Tempo que devora
Tempo que abraça
Tempo que devassa
Tempo que dobra
Tempo que domina
Tempo que termina....
Vais a pouco e pouco entrando no meu espaço com doces palavras
e olhas através de mim como se eu nem existisse
Ganhas-me lentamente como num doce adormecer...