Fria
Inóspita
É a noite
Frio
Desnudo
É meu corpo
Na ausência
Do calor
Que tuas palavras
Emanam
Gelada
Minha alma
Não sabe o que sente
Sequer
Se sente
Perfeito
Coração
Entrega imensa
Não mente
Resvala na verdade
Cala
Consente
Chama eterna
Não se extingue
No meu peito
Dá-me vida
Estou
Apenas
Adormecida
Meu corpo
Espera de ti
Espera em ti
Momentos de ti
Para existir
E,
No silêncio do meu quarto
O tumulto do meu peito
Agita sem dó
A quietude
Na incerteza do teu sentir
Fecho os olhos
E ,
Sem esforço
Revejo horas doces
Indescritíveis e quentes
Apaixonadas, frementes
Quero retê-las
Com unhas e dentes
Num abraço amando sem fim
Desperto na madrugada
E,
Teu calor, qual almofada
Recebe meu rosto em ti
Adormeço lentamente,
Saboreando o gosto de ser amada
E, sentir-te junto a mim…
Hoje o dia acordou triste
No meu corpo a dor insiste
O Sol não quis aparecer
Será que vai amanhecer
Preciso do teu calor
Do teu doce beijo Amor
Não suporto a tua ausência
Faz falta o teu abraço apertado
Meu rosto ao teu colado
Tua alma é minha essência
Volta logo, vem ter comigo
Ou hoje, paixão, anoitece
Sem o dia ter nascido…
No silêncio profundo da noite
Quando se revelam todas as sombras
A solidão dói como um açoite
O vazio é tudo o que encontras
Procuras em vão afastar
Pensamentos sofridos que te assaltam
Queres no teu íntimo acreditar
Vais ter de novo as mãos que te faltam
Cada instante que passa
Parecendo eternizar-se
É a certeza tão escassa
De que tua voz regressasse
Sonhos partem sem mais nada
Lágrimas que não consegues conter
Toda uma vida acabada
Sem ti...
Quem vai querer viver...