Num recanto de minha alma
Oiço o silêncio de ti
Que me perturba
E me acalma
É madrugada
Quero dizer-te tudo
Fico calada
No escuro
Os teus olhos
Transparentes
Profundos de mar
São lanternas ardentes
Iluminam meu vazio
Respondem
Sem falar
Rostos neutros
Indefinidos
Encostam-se
No espaço
Perdidos
Mãos leves
De ternura
Tocam-se
A gerar loucura
Sonho
Sinto
Teu abraço
Corpos soltos
Sem espaço
Ardendo
Com emoção
Presos ainda
Que sabendo
A vida lhes diz
Não...