És seara madura
Onde ceifo minhas espigas
Amor que me alimenta
Onde repouso meu fardo
És pão quente pela manhã
A fruta fresca da merenda
O vinho que adoça a vida
O sal temperador
A alegria
És o sol que aquece
A luz que nunca esmorece
A mão estendida que ampara
És Tu a minha seara...
Na escuridão…
Mergulho
Abraçada a mim mesma
Tremo de emoção
Seca-me a garganta e,
Receosa
Aguardo em silêncio…
Sei o quanto te quero
Sei o quanto te amo
Mas, nesta noite negra
Para matar a minha sede
Bebo das minhas próprias lágrimas…
E a dor sufoca-me
As tuas palavras ecoam gritantes
No meu cérebro
O medo apodera-se de mim
Aperta-me o peito
Esmagado, desfeito…
Já a meu lado,
Secas-me o rosto
Com teus beijos ternos
E o soluço,
Após a máxima convulsão,
Vai acalmando
Um arrepio de frio gélido
Que percorre todo o meu corpo
Desvanece-se no calor ardente
Dos teus braços
No entrelaçar das tuas pernas
Nas minhas coxas
E,
Noite dentro,
Adormecemos um no outro
Uma vez mais…
Na penumbra
Reencontro-me
Serenamente
Em ti
Sei
Que me descobres
A cada gesto,
A cada olhar,
A cada palavra
De tudo tiras vantagem
E
Meu corpo Sorri!
Sonhas-me
Meu sonho lindo de amor
Nem te vejo
E
Já sinto o teu calor
Com ansiedade
Aguardo a tua chegada
Mesmo de longe
Me sinto por ti abraçada
Vem
Que a vontade de te amar
Me deixa louca
Eu quero sentir
O gosto da tua boca
Adormecer junto a ti,
Acordar a teu lado
Pensar-te,
Sonhar-te,
És o meu pecado...
Não sei definir
Esta vontade insana
Este desejo imenso
A cada instante
Mais forte
Mais intenso...
Não sei explicar
O sentimento incontido
Que queima o corpo
Arrasa a alma
Escorre doce em mim...
Perdido...
Não sei como nasceu
Do nada
Por tudo
Traz meu ser num alvoroço
Pouco importa quem sou
Ou em quem me vou tornar
Quero seja apenas meu...
Quero fique em mim
Quero sonhar...
Nesse mar...aroma agri-doce
Quero
De inveja naufragar
Desmedidamente
Sentir
E
Amar...
Silêncio
Ausência da palavra certa
Vazio imenso
Uma chaga aberta
Silêncio
Onde cabe tanto
Ou tão pouco
Um sentimento insano
Pensamento louco
Silêncio
Capa dura
Na fragilidade
Insegurança imatura
Madura realidade
Silêncio
Grito sufocado
Alma sem rumo
Mesmo a teu lado...