"Apoiou-se num dos joelhos diante dela.
Ela deixou cair as mãos e olhou para ele desesperadamente, sem o rosto desfigurado pelas lágrimas que corriam regularmente, mas quase sereno, embora o fitasse implorativamente, pedindo-lhe auxílio, simpatia, palavras de conforto.
As mãos dele tocaram-lhe a cabeça, afagando-lhe levemente o cimo, e percorreram-lhe o cabelo e o pescoço. Ela ficou muito quieta, à espera, surpreendida pelo prazer, pela convicção de que havia naquilo amor, auxílio, uma magia curativa para o que quer que a atormentava.
Esperou, mal respirando e, enquanto ele lhe afagava repetidamente o cabelo, passando-lhe as mãos pelo pescoço, pelos seios, deixou-se ficar de olhos fechados, de lábios entreabertos, imóvel.
A boca dele colou-se à sua quando as mãos dela lhe tocaram a cabeça, aquele cabelo grisalho que ela devia ter estado desejosa de tocar; e, com a maior simplicidade, a camisola fora despida, a saia tirada..
Cada vez mais entontecida pelo prazer, ávida de desejo, deixou-se levar e ele entrou dentro dela, cautelosamente, como se de uma flor se tratasse, cingindo-a, com a cara colada à sua, virando a cabeça para beijar-lhe os lábios, até que ao ouvi-la soltar um gemido de prazer ele enlouqueceu e ela ouviu a sua própria voz, implorando;
Houve um momento de requintada ternura, de uma sensação difusa ao longo de todo o ventre, seguido de mais uns instantes de imobilidade enquanto ele a abraçava com força e a fitava, com uma leve interrogação no rosto.
- Minha querida....Obrigado! Obrigado!"