Sempre que te aproximas
Uma brisa morna
Sopra leve sobre nós
Envolvendo-nos sem apelo
Num imenso mar de chamas
Por entre aromas inconfundíveis
De intenso poder sensorial
Perdem-se os corpos
Tocam-se as peles
Em momentos aprazíveis
De relevo divinal
Beijos doces
Loucos
Apaixonados
São frutos frescos
Por ambos roubados
Quais eternos namorados
Perdidos na emoção
E logo, o amor é rei
Sem amarras e sem lei
Quando começa tu sabes…
Quando termina não sei…
Bom seria…
De olhos fechados amar
E de olhos abertos querer
Bom seria…
Pensar e amar na hora
Sem ponderar o que há lá fora
Bom seria…
Viver um doce amor
Esquecendo toda e qualquer dor
Bom seria…
Se a cada momento
Fossem um só pensamento
Bom seria…
Se a sinceridade falasse
Assim que o transe acabasse
Bom seria…
Por caminhos tortuosos a vida escorre
Quantas vezes aparentando não ter rumo
E por cada pedra em que tropeças
Vagueias, sem norte,
Como quando o vento leva o fumo...
E, na companhia de ti mesma, serena,
Interiorizando cada instante,
Buscas como simples ser pensante
A razão desse viver...
Logo no teu coração nasce, com a força que te anima
Resposta para tão profunda questão
A vida é uma caminhada que, mesmo dura,
Se partilhada
Conduz a quem dar a mão...
Razão mais forte poderá existir
Pensas e repensas, não consegues encontrar
Afinal vale a pena viver,
Já que há sempre a quem amar...