É madrugada…
Noite de Lua Cheia…
Na varanda do meu quarto, apenas a luz da Lua ilumina os meus passos…
Num vai e vem de ansiedade, as meias e as horas, do sino da igreja, vão ecoando…
E, no silêncio profundo, apenas quebrado pelo esvoaçar desajeitado de um ou outro morcego,
Cerro os olhos e procuro descansar a minha alma insensata…
Por momentos, receio perder-te…
Vejo-te ao longe, de braços abertos, correndo para mim mas,
Não te aproximas, a cada instante, te sinto mais afastado, até te tornares numa simples sombra que se confunde com o manto negro do pinhal,
Grito por ti, sufocada pelo pânico, não me oiço…não me ouves…
O meu coração acelerado, enfraquece e a pouco e pouco, deixo de respirar…
Paro de existir…
É então que sinto os teus lábios doces nos meus…
“Boa noite meu Amor, já cá estou…parecias agitada, desculpa acordar-te…”
Abro os olhos, respiro fundo, enrosco-me em ti e, no teu abraço,
Serenamente adormeço…
Olho através da janela da vida
Vejo-te em cada ponto do horizonte
Marcada de forma sentida
Bebo sequiosa da tua fonte
És força que de mim emana
Fôlego de minha alma sufocando
Sem ti apaga-se a chama
Sem ti quero morrer amando
Volta logo doce amor
Não me deixes só nem um momento
Não resisto sem teu calor
Viver sem ti é um tormento
À janela me despedi
À janela vou ficar
Quando voltares amor
À janela eu vou estar