Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011

Surrender

 

 

Tão cedo te encontro

 

Minha alma se perde

 

Meu corpo se rende

 

 

Teus braços ao meu redor

 

Teu rosto no meu

 

Doce amor

 

Teu suspiro no meu ouvido

 

Teu corpo em meu corpo

 

Aroma que penetra em mim

 

Tão intenso e definido

 

És tudo o que procuro

 

Tenho na alma gravado

 

Aquele beijo maduro

 

 

Sonho a vida

 

Para sempre

 

Junto a ti

 

Não quero sequer pensar-te

 

Longe de mim

 

 

Quero-te mais que à própria vida

 

Serei sempre

 

Tua amiga, tua amada,

 

Tua amante, tua apaixonada

 

Margarida

 

 





publicado por MIGUXA às 23:53
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Quarta-feira, 1 de Dezembro de 2010

Na Noite

 

Numa atitude tacitamente concertada, estendes a tua mão, recostando teu corpo no sofá e tomas a minha; com a outra, agarras-me pelo pescoço, deslizando os dedos por entre os meus cabelos, apossando-te de mim, como se tratasse de uma dança ritual.

Apertamo-nos um contra o outro, como se estivessemos em perigo de repentinamente sermos afastados, e o abraço torna-se mais forte,  até que me sinto cair num estado em que todas as sensações tivessem sido miraculosamente exacerbadas, como se a pele se me tivesse tornado demasiado sensível.

As tuas mãos seguram o meu rosto, examinando-o com enlevada atenção, como se nunca me tivesses visto, até então.

A fronteira dos ossos e carne desvanece-se, ao unirmo-nos, movendo as mãos para descobrirem, como que novas terras, novos campos de ervas selvagens.

Tens os olhos fechados e fecho também os meus, com força, depois com mais força ainda, até que por detrás das pálpebras, surge um clarão ofuscante.

Sinto o conteúdo do meu corpo derreter-se até ao limite dos ossos, dissolvendo-se num qualquer som de distantes gritos abafados.  Ficaste imóvel, enquanto eu escutava, como se tratasse de  ouvir o som de um búzio, o latejar do meu próprio sangue, sem poder distinguir o meu corpo do teu...

Num estado de letargia, senti-me arrastada através de regiões de tempo, nunca antes sentidas; vi-nos ambos a flutuar, numa qualquer noite de estrelas e escuridão...

Tudo tinha morrido, só nós estávamos vivos.

Acordámos ao mesmo tempo, olhámo-nos e beijámo-nos...

O mundo recomeçara!

publicado por MIGUXA às 00:11
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